Meus sentidos se dissiparam, minha alma se esvaziou.
Mas fazia sentido estar passando por um processo de revitalização depois de muito anos vivendo com propósitos vagos.
Era eu e o infinito.
E me reinventei, átomo após átomo...célula após célula...
Acordado pelo fantasma dos meus medos, sucumbi em uma selva de culpas e não conseguia entender tamanha incursão desses sentimentos, até que a noite se abriu em fenda no horizonte pra dar lugar ao amanhecer. Meu pensamento se desvairou em chuva.
E choveu conhecimento.
Minha respiração reproduzia paz.
Meu olhar traduzia o mural da ignorância em cenas de sabedoria.
Resolvi descer da montanha e caminhar...
Dias após dias meus desejos se fundiram com uma presença de luz encantadora que me lembrava o tempo em que fiquei naquela montanha. Eu me sentia bem. E todas as vezes que queria voltar àquela montanha eu me deitava em meu quarto e abraçava o silêncio da solidão. E em frações de segundos como um raio de luz vazando a janela pela manhã, lá estava ela, a montanha vindo até mim.